domingo, 8 de julho de 2007

geometrias

descobrimos por vezes membros espalhados por dentro de nós,
alguns são nossos como espaços pequenos onde mais ninguém pode chegar,
espaços por dentro das garagens e das estantes,
do alabastro ou do granito.
outros são sinais para caminhos distantes de peregrinos
que erram para dentro de nós; ou são metas demasiado profundas
para escavarmos ou a dor inerente a eles, está ainda incrustada para lá do nosso corpo

ninguém me disse que o barulho do meu peito vem do coração
nem lhe pus as mãos, os olhos ou a boca para saber a sua forma
para saber que rumos havia a dentro da minha pele
temo pelo ruído que parece do meu corpo, pelo grito demasiado distante para lhe perceber a dor ou o jubilo.

ninguém me disse, ainda, que por vezes
estamos demasiado perto de outros corações ou que escavamos
demasiado fundo no corpo de alguém,
temo. tenho medo de acabar com a mão no meu coração perdido
no espaço preciso entre quem me escuta ou quem me toca

Nenhum comentário: