terça-feira, 4 de março de 2008


Este pode muito bem ser o primeiro dia do resto da minha vida.


existem dias em que somos todos metástases uns dos outros,

lesões demasiado grandes dentro do peito,

não pode existir terra permeável para suster o tamanho dos nossos frutos,

ou luz bastante para aquecer o coração das nossas raízes

nascem dias em que todos somos mães e sentimos o dilúvio

dos frutos e a debandada das sementes;

se um dia tiveres frio vais procurar nos meus olhos os vestígios

do sol, aquecer-te no pressuposto das nossas raízes.

sentirás o ar entre nós e o cordão umbilical que nos aproxima.